CTI

Dizem que para tudo há sempre uma primeira vez nesta vida.

Então para mim não poderia ser diferente.

É minha primeira vez em uma CTI. Mais, especificamente, na CTI do Hospital Mãe de Deus. É nela que estou me recuperando de um quadro agudo de duas infecções, ordinárias para muitos – como bem definiu a amada médica Laura Cordeiro Madeira ontem à noite –, mas mais graves para mim que estou imunodeprimida devido às quimioterapias recentes.

Volto, eu, para a corda bamba mais uma vez....

Só me lembro de ter rezado mais na vida quando quem estava internado era o Otto, há praticamente uns 8 anos atrás, no Hospital da PUC, bebê, por uma pneumonia muito grave também.

Se não me encontro rezando para agradecer às infinitas bênçãos que me cercam (ter o atendimento do SOS Unimed, que me levou em segurança e com todo oxigênio que eu precisava para a Emergência do Mãe de Deus no último domingo; ter tido e estar tendo todo o atendimento de ponta desta CTI, inclusive um equipamento novo, de ponta, chamado auto fluxo, único no hospital para oxigenação não invasiva nesse grau); me encontro simplesmente  rezando para me acalmar dos diversos desconfortos e angústias inerentes à situação pela qual estou passando.

Pois bem, um pouco aliviada agora, depois de ter me acalmado só na base da oração, daquela espécie em que se pede ao Senhor paz, tranquilidade, calma e força para passar por tudo isto mais uma vez.... Mas bem diferente do que das outras vezes. E ao menos uma coisa já percebi: estou um pouco mais madura e mais tranquila do que das outras vezes. Talvez uma natural curva de experiencia, não sei.

Mas acredito que isso esteja menos relacionado à própria experiência de se encontrar no limiar do risco de morte do que ao desprendimento que já tenho trabalhado nestes últimos anos. Desprendimento este que me confere uma resiliência ímpar, que, acredito, só não é maior do que o sentimento de esperança que tenho e se fortalece a cada dia.   

Não há como romancear, eu confesso.  Rezo frequentemente para afastar o medo, medo de não conseguir passar por este momento.

Mas minha reza é forte, é mais uma música, que evoco mentalmente, e não há o que ela não me faça ultrapassar.

E é exatamente assim:

“A minha luz pequenina eu deixarei brilhar, a minha luz pequenina eu deixarei brilhar deixarei minha luz brilhar...

Não deixarei o MEDO fazer... (SOPRAR)

Eu deixarei brilhar...

Não deixarei o MEDO fazer .... eu deixarei brilhar, deixarei minha luz brilhar...”

Ultrapassar, neste momento, a CTI é meu maior objetivo...

Sair do risco de morte e ir para o quarto, com meu próximo tratamento feito e funcionando. É minha grande expectativa e esperança.

Para isto, minhas orações e vibração são fortes, eu sei que sairei de mais esta; mas acredito que muitas mais surtirão mais efeito.

Logo, aos amigos queridos, alguns já em vibrações positivas, que agradeço (Colegas do PPG em Políticas Públicas da UFRGS, Sociedade Espírita Luz Paz e Caridade, IBACEMA e demais familiares e amigos) uma corrente de oração é o que preciso agora. Pensamento positivo e de luz para que me reestabeleça da melhor forma possível para enfrentar mais esta etapa.

Por enquanto este será o post da semana, quando melhorar farei outro efetivamente contando as novidades...

Com muito amor e gratidão

Janaína Carneiro