Doutorado em Políticas Públicas e agora?
Quando fui, em outubro de 2015, diagnosticada com uma espécie
rara, de origem mutacional, de câncer de pulmão, meu prognóstico, cientificamente, era péssimo. Concretamente não teria a chance de ver o Otto
crescer nem finalizar o próximo ano, de fato, isto acontece, diariamente, com
milhões de pessoas.
Não sou nem um pouco especial por isso.
Muito pelo contrário, muitas pessoas ainda morrem abaixo de seus 40's, em especial, dos mais variados cânceres.
Assim como morrem em acidentes de trânsito, partos, DST’s, maus tratos, falta de imunização básica, fome, suicídio, dentre outras causas.
De fato, não sou especial por nada.
Tenho consciência de que sou somente parte de um todo muito maior e que só estou doente neste momento... nada mais.
Só que, naquele momento, este fato, e seus impactos, tiveram papel fundamental em minha vida.
Efetivamente as decisões que tomei lá naquele período determinaram meu hoje e serão, para sempre, os ladrilhos do meu caminho rumo ao futuro.
Impressionantemente, quando se está datada, a imensa quantidade de decisões que precisamos tomar são incontáveis.
Para mim, sintetizo em duas grandes categorias:
O que deixar e o que levar.
Na categoria do que deixar entraram todo o stress, desgaste desnecessário de energia, consumismo, vaidade excessiva, rancor, mágoas, dentre outros...
Na categoria do que levar entraram conhecimento, amores, amigos, viagens, alegria, entusiasmo, gratidão, dentre outros ...
Aí, quando fui selecionada para a etapa final do Doutorado em Políticas Públicas da UFRGS ficou fácil decidir que, se fosse aprovada, esta seria uma atividade que ficaria.
Que ficaria sim, não havia dúvida.
Se conseguiria finalizar não poderia ter certeza nunca, mas a esperança não perderia, e faria o meu melhor, como sempre.
Concretamente, as chances de conclusão eram mínimas.
Mas, não sei por que, meu coração nunca duvidou e decidi, lá atrás, que iria seguir caminhando no ar enquanto o Universo estivesse construindo a ponte.
Neste ano já faz 3 anos que estou com a doença.
Neste ano estou entrando no 3o. ano do Doutorado.
Neste ano, já tenho mais medicamentos e terapias (imunoterapia), as quais, muitas sequer estavam disponíveis em 2015.
Hoje, de fato, a esperança por uma remissão, no meu caso, não é mais um desejo lunático. É uma possibilidade cientificamente real.
Hoje, de fato, há chance de Viver, não só sobreviver.
Hoje, de fato, agradeço por ter confiado em minha intuição lá atrás e não ter deixado nada pelo câncer, em especial, meu trabalho ou o Doutorado.
Não ter deixado de lecionar, trabalhar, aprender e me relacionar. Todas estas atividades me fizeram perceber que, para estarmos vivos, não precisamos de tapete vermelho ou condições perfeitas.
De que, para estarmos vivos, precisamos seguir nossos propósitos no nosso ritmo, nada mais. Por que, de fato, todo dia pessoas nascem e morrem. Mas não são todos os dias que renascemos.
Tive a chance de renascer ao descobrir que estava morrendo.
Sendo que, ao renascer, também descobri que, de fato, este é o maravilhoso milagre da vida.
Simples assim, nada de mais...
Porque, no final das contas, a vida segue e... eu tenho um doutorado para concluir e muitas aulas para ministrar ainda nesta vida!!!!
Fica Doutorado! Fica Docência! Fica Trabalho! Com ou sem Câncer!
Não sou nem um pouco especial por isso.
Muito pelo contrário, muitas pessoas ainda morrem abaixo de seus 40's, em especial, dos mais variados cânceres.
Assim como morrem em acidentes de trânsito, partos, DST’s, maus tratos, falta de imunização básica, fome, suicídio, dentre outras causas.
De fato, não sou especial por nada.
Tenho consciência de que sou somente parte de um todo muito maior e que só estou doente neste momento... nada mais.
Só que, naquele momento, este fato, e seus impactos, tiveram papel fundamental em minha vida.
Efetivamente as decisões que tomei lá naquele período determinaram meu hoje e serão, para sempre, os ladrilhos do meu caminho rumo ao futuro.
Impressionantemente, quando se está datada, a imensa quantidade de decisões que precisamos tomar são incontáveis.
Para mim, sintetizo em duas grandes categorias:
O que deixar e o que levar.
Na categoria do que deixar entraram todo o stress, desgaste desnecessário de energia, consumismo, vaidade excessiva, rancor, mágoas, dentre outros...
Na categoria do que levar entraram conhecimento, amores, amigos, viagens, alegria, entusiasmo, gratidão, dentre outros ...
Aí, quando fui selecionada para a etapa final do Doutorado em Políticas Públicas da UFRGS ficou fácil decidir que, se fosse aprovada, esta seria uma atividade que ficaria.
Que ficaria sim, não havia dúvida.
Se conseguiria finalizar não poderia ter certeza nunca, mas a esperança não perderia, e faria o meu melhor, como sempre.
Concretamente, as chances de conclusão eram mínimas.
Mas, não sei por que, meu coração nunca duvidou e decidi, lá atrás, que iria seguir caminhando no ar enquanto o Universo estivesse construindo a ponte.
Neste ano já faz 3 anos que estou com a doença.
Neste ano estou entrando no 3o. ano do Doutorado.
Neste ano, já tenho mais medicamentos e terapias (imunoterapia), as quais, muitas sequer estavam disponíveis em 2015.
Hoje, de fato, a esperança por uma remissão, no meu caso, não é mais um desejo lunático. É uma possibilidade cientificamente real.
Hoje, de fato, há chance de Viver, não só sobreviver.
Hoje, de fato, agradeço por ter confiado em minha intuição lá atrás e não ter deixado nada pelo câncer, em especial, meu trabalho ou o Doutorado.
Não ter deixado de lecionar, trabalhar, aprender e me relacionar. Todas estas atividades me fizeram perceber que, para estarmos vivos, não precisamos de tapete vermelho ou condições perfeitas.
De que, para estarmos vivos, precisamos seguir nossos propósitos no nosso ritmo, nada mais. Por que, de fato, todo dia pessoas nascem e morrem. Mas não são todos os dias que renascemos.
Tive a chance de renascer ao descobrir que estava morrendo.
Sendo que, ao renascer, também descobri que, de fato, este é o maravilhoso milagre da vida.
Simples assim, nada de mais...
Porque, no final das contas, a vida segue e... eu tenho um doutorado para concluir e muitas aulas para ministrar ainda nesta vida!!!!
Fica Doutorado! Fica Docência! Fica Trabalho! Com ou sem Câncer!
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